sábado, 31 de março de 2012

Cerimônia



Para ler ouvindo: 
Don't Cry - Guns N' Roses

Quando a pesada porta de madeira se fechou, finalmente ela se sentiu segura. Correu o olhar pelo descomunal salão onde todos a olhavam com interesse absolutamente natural, afinal ela é a noiva!
Então a noiva soltou um suspiro meio de tensão, meio de alivio, olhou para o lado e viu aquele que seria em alguns minutos o seu marido. Lindos e felizes olharam para o padre que começou:

- É com grande satisfação que os recebo nesta linda tarde, este belo jovem casal em celebração. A celebração de um grande amor, merece mesmo um dia como este, que o amor de vocês possa florescer como esta tarde primaveril, que vocês possam ser um para o outro como sol e lua que possam se amar cada dia mais e mais!

Depois deste comentário a noiva ouviu um alvoroço, um barulho tomou conta da igreja, mas ela não quis se virar, sentiu um arrepio em sua espinha e tentou se concentrar na cerimônia, mas acabou se lembrando de tudo que acontecera nos últimos dias, sua mente a levou a lugares muito distantes com pessoas que talvez ela não quisesse ver agora. Talvez não, com certeza não seria apropriado...

- Minha filha? - a voz suave do padre rasgava os seus pensamentos a trazendo de volta para a realidade...

- É de sua livre e espontânea vontade que aceita como seu legítimo esposo... - Neste momento ela se vira e olha ao redor, olhar este que causa espanto em quase todos na igreja, ela se vira de costas para o altar, olha demoradamente como que se desculpando com todos, por fim ela encontra o olhar dele, o único em todo o salão que não estava aturdido com o gesto da noiva, um homem alto elegante vestindo um fraque branco, que entregava a noiva um sorriso da mesma cor de sua roupa.

O homem que a pouco causara alvoroço com a sua chegada, agora estendia a mão para linda noiva, neste momento aturdido o noivo tentou dizer algo, mas ao ver sua noiva estendendo a mão para o homem simplesmente deixou o queixo cair.

Ela soltou a mão do homem misterioso caminhou até o centro da igreja, mais uma vez olhando para todos como se contemplasse um futuro que não vai mais existir.

O padre tocou o marido no ombro como que para consola-lo. Sem ação ele estava sem ação ele ficou.

A noiva pensou em uma série de coisas a dizer, mas não disse, ela só teve coragem de olhar no fundo dos olhos de seu noivo e dizer:

- Lamento.

O homem de branco se juntou a noiva no centro da igreja tomou a sua mão e a conduziu pela descomunal porta, quase que imediatamente após os dois saírem foi possível ouvir um cavalo partindo em disparada, para só então a igreja entra em um estado caótico, com senhoras desmaiando, crianças chorando, todos aturdidos, sem saberem
que fazer.

Ao noivo, sobraram as lágrimas, um par de alianças e a pergunta:

Por quê?

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Don't you cry, don't you ever cry
Don't you cry tonight
Baby, maybe someday
Don't you cry, don't you ever cry
Don't you cry tonight


Então estou de volta! Não sei por quanto tempo, não sei se vai durar, mas quero muito voltar a escrever como antigamente.

Aos amigos de antigamente, Ton, Renata e Roger, obrigado pela força.

Aos novos espero que gostem era isso que fazia antes de fotografar.






quinta-feira, 22 de março de 2012

Rainha da Dor

(Para ler ouvindo: Zé Ramalho "Mistérios de meia-noite").

A porta de emergência se abre, uma mão manchada de sangue aparece entre a fresta, em seguida um braço branco como leite e e depois todo o corpo da mulher. O que cobre o corpo dela é um trapo, são apenas restos de algo que aparenta um dia ter sido um vestido branco.

Ela olha ao seu redor, um beco sujo e escuro. Não sabe que horas são, ela não sabe o que fazer, não sabe como voltar para casa.

Em suas coxas grossas existem mais manchas vermelhas e também manchas de algo branco e viscoso.

Ela está com frio e sozinha, aparentemente se ela seguir em frente chegará à rua, a maldita rua por onde ela entrou no prédio, ela não sabe se isso pode ser uma boa idéia.

Primeiro passo: aparentemente o beco está vazio.

Segundo passo: realmente o beco não está vazio, a sua direita um fantasma está se drogando atrás de uma caixa de papelão, embora a mulher quase tenha desmaiado com susto ele nem tomou conhecimento da sua presença. Ela pensa em voltar, mais não sabe se o beco é mais perigoso que aquele lugar estranho de antes

Terceiro passo: mais uma evidência de que o beco não está vazio, ela ouve uns gemidos estranhos, a sua esquerda o lobisomem está transando com a grande abóbora e assim como o fantasma não tomam consciência da presença da mulher.

Ela se vê com seu vestido em frangalhos, mãos e pernas manchadas, não vai mais contar os passos, ela acredita ser melhor correr para rua e acreditar em Deus.

No caminho para a rua ela vê um dragão deitado no chão, é também um coelho gigante vomitando em uma lata de lixo.

Finalmente a rua e a luz do poste.

Quase sem fôlego ela olha para a porta por onde entrou por onde todo esse pesadelo começou.

Exatamente quando ela pensa como isso poderia terminar, na porta aparece um vampiro com uma cara preocupada olhando para os lados até que à encontra.

- Por onde você esteve? – perguntou o vampiro.
- Eu estava sozinha naquele lugar cheio de gente estranha…
- Gente estranha? Isso é uma festa do Dia das Bruxas além do mais você está fantasiada de mulher estuprada, quer coisa mais estranha do que isso?
- Eu me assustei e sai… – disse a mulher com vergonha.
- Olha não é nem nove horas ainda, vamos voltar lá para dentro, a música está muito legal – disse conduzindo a mulher – Relaxe, eu vou te apresentar um cara que eu conheci, ele está vestido com uma fantasia de chuveiro, realmente uma figura...

“No dia das bruxas os velhos fantasmas vêm até nós. Para alguns eles falam; para outros são mudos”.  Dia das Bruxas – Eleanor Fajeon.

Márcio Brigo
Fevereiro 2004
marciobrigo@yahoo.com.br
www.marciobrigo.blogger.com.br (endereço descontinuado)
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E assim eu escrevi em 2004...
Olha gente estou me esforçando muito para voltar a escrever, consegui, mas ainda não vou postar pois não quero soltar só um texto e ficar 6 meses sem mais nada, vou tentar colocar algo por aqui ao menos a cada 15 dias (duvido).
O que eu posso dizer é o seguinte, tenho planos de trazer todo mundo de volta:
A Ladra Gizele, o Cavalereiro Azul e estou pensando em uma tal serie Ad Extremum. 

Terminal

Aqui é o fim da linha, se você não sair agora vai ter que voltar e começar tudo de novo.