Lá vai ele pra casa, dia tranqüilo, seu trabalho foi realizado com sucesso. No metrô, sentou-se – play – a música vai fazer o tempo passar mais depressa. Tudo está transcorrendo bem até que na estação seguinte ela apareceu, sua sensação era de que o tempo não existe mais, ele a viu. Linda em seus movimentos, cheiros, mãos e cabelos, tudo isso, seria normal, no entanto ela o estava olhando – estranho – ele está acostumado a olhar, mas está sendo observado, não vulgaridade, mas com ternura. Discretamente ele percebe até um sorriso. Deus como é linda - pensa ele sentindo uma dor estranha no peito, pudera, o espanto foi tamanho que ele se esqueceu de respirar. Ele tem que faz algo, mas o quê?
Pra inicio de conversar pensar já seria bom. Ele saca do celular (coisa de pessoa urbana) pensa homem, ela pode ser a mãe de seus filhos. Já sei!
Ele escreve. “VC E LINDA” – mas que falta de criatividade, não dá tempo de compor uma obra literária completa. Ele estica o braço para garota, com tanto medo de uma negativa que quase fecha os olhos.
Ela sorri, ela está correspondendo. Eles começam uma conversa, trocam nomes e informações sobre si, mas ali tem muita gente o metrô não está lotado, mas há de se conversar baixo em um ambiente destes.
Ele meio ressabiado a convida para tomar um ar na próxima estação, caso ele faça algo errado e receba uma negativa, em um lugar mais amplo isso não seria tão notado. Ela aceita, parece estar gostando de suas idéias e de sua conversa.
Ouvimos o som do aviso que a porta vai se fechar, e quando ela se fechar eles serão felizes para sempre, ou talvez não, mas como todos que freqüentam esse lugar sabem, isso já é uma outra história.
Quando usar o metrô na pise na faixa amarela, ela é a garantia da sua segurança!
Foto: Márcio Brigo
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6 comentários:
Mera coincidência... silencioso e surpreendente, assim o amor se faz aparecer, nos lugares mais impensáveis e nas situações que você menos espera...
Luiz Melodia é simplismente sensacional, casou muy bién com o texto.
Abraço, confrade.
Vida corrida, tempo passa, tic tac, tic tac....
até o amor agora é expresso!
e salve a tecnologia...
Amores de metrôs, trens, lotações, televisões, cartas, telefones, internet.
Amores que vem e vão. Estão na plataforma e, sem que percebamos, num piscar de olhos foram embora por uma escada rolante qualquer ou no trem que acabou de partir.
Amores são só amores de anos ou de segundos queimam o coração e são pra sempre lembrados.
Tu tá inspirado hein guri...Parabéns...Ótimo texto...BJs
Simplesmente demais este texto.
A canção de Luiz Melodia, nem precisa dizer nada.Parabéns.
Ah, os românticos... Nós românticos sempre esperamos encontrar um tesouro atrás das portas que se abrem. Um olhar que nos diga que a vida pode ser mais que metrôs, ônibus, trabalho... Mesmo sabendo que eles vão desaparecer logo ali na escada rolante, torcemos para que isso não aconteça... Só dessa vez. Para que, dessa vez, seja A vez. Mas não existe nada atrás da porta, apenas nossa esperança... E a faixa amarela.
"Mind The Gap", diriam os Ingleses...
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