terça-feira, 25 de setembro de 2012

Algoz Vingador


Para ler ouvindo: Titãs - Pra Dizer Adeus




Pé ante pé, ela vai andando, mal da para saber se os tropeços são por conta dos soluços ou justamente ao contrário.

As lágrimas tão numerosas maculam o vestido rosa, este que mal sabe sobre sua condição futura: o mar.

Chorando e cambaleando ela olha a linda lua cheia, em outro dia seria motivo para sorrir, mas não hoje.

A tristeza e tanta que ela não quer nem pensar no motivo, ela quer o mar!

Este, de braços abertos a espera lambendo com suas ondas os tornozelos da moça enquanto ela olha a lua.

E ela continua sua jornada, as lambidas geladas de seu carrasco se tornam mais vigorosas, sobem pelo joelho da garota e deixam um arrepio subir por sua coluna, até a ponta de sua nuca.

Seus cabelo antes lisos, agora ficam cacheados por conta da água, ela sente em sua boca um gosto salgado, ela não sabe se é o mar ou as lágrimas.  Esta dupla pode ter sido ainda o motivo da destruição da sua maquiagem.

Não há mais humor, não há mais nada a se prender, ela ergue o queixo e segue firme em seu propósito. Agora seu algoz esta lambendo suas coxas, ele sopra um vento frio que continua mantendo a nuca da jovem arrepiada.

Com um soluço de frio, desespero, mágoa e tristeza ela sente  quando o vingador alcança seu sexo. O gelo de suas lambidas e movimentações além de incomoda-la profundamente lhe trás péssimas recordações.

Ela não quer pensar nisso, ela não quer pensar em mais nada, ela só quer o mar. Ele por sua vez aproveita o entreguismo da garota e se apossa de sua cintura.

Neste ponto a garota já esta anestesiada, tanto está, que nem percebe sei algoz tomar seus seios com o vigor de algo que se ela estivesse consciente não gostaria de lembrar.

Ela esboça alguma reação quando ele toma seu pescoço, com uma súbita recuperação de consciência, porém ela não tem mais forças.

O carrasco maldito enviado por Netuno, já tem a moça toda entregue a seus caprichos e começa beija-la na boca, este que deve ser seu último beijo.Ela está entregue e totalmente inconsistente do que pode acontecer no futuro...

O que ele não pode ver é o homem desconhecido arruinar seu terno, seu sapato e arriscar sua integridade, pois ele se lança contra seu algoz vingador e tenta resgatar a moça.

Ela quer ser salva?

sábado, 25 de agosto de 2012

Astronauta Menino!

Para ler ouvindo: Astronauta – Gabriel o Pensador



Eu tinha pouco mais de 10 anos, quando descobri que o homem havia pisado na lua. 


Havia toda uma aura de misticismo ou melhor futurismo, nessa coisa de sair do planeta. 

Eu fiquei fascinado li tudo que pude e assisti tudo que pude sobre isso.

Hoje, ele morreu, ele não é primeiro astronauta, o mais importante, nem mesmo o mais simpático, mas é dele a frase que mudou o mundo.

Frase essa que veio pelo rádio e pela TV de uma forma que até então nada tinha feito.

Este homem que se foi hoje é o primeiro que esteve "audaciosamente onde ninguém jamais esteve". 

Até hoje a pegada esta lá, e por muito tempo ele será lembrando por ela, pela frase e pelo desejo de meninos que como eu sempre quiseram colocar o seu pé junto com a pegada dele.

 

Neil Armstrong, obrigado, por ensinar a mim e muitos outros que existe algo a mais, algo fora, algo que é diferente daqui, algo que extrapola uma realidade pequena e engessada.

Astronauta! Segue teu rumo em direção a outras galaxias! Até nisso iras na frente.

"Astronauta que falta que esta terra ta faz..."

Márcio Brigo do mundo da lua para a internet! ;)

quinta-feira, 31 de maio de 2012

URBANA LEGIO OMNIA VINCIT

Para ler ouvindo: Legião Urbana - Faroeste Caboclo



Não é a toa que nos anos 80 o culto a esta banda era chamado de “religião urbana”, naquele momento era algo grande, mas ainda não dava para se saber o que viria no futuro.

Tive muitos encontros com a legião, lembro que em 1996 eu estava na porta da loja as 8 horas da manhã para compara o álbum “A Tempestade” no dia do seu lançamento, eu não tinha CD Player então comprei um K7 original. Neste mesmo ano após a morte do Renato fizemos uma homenagem a ele no colégio, enfeitamos uma sala inteira com frases e pôsteres da Legião e exibimos clipes e matérias sobre ele.

E assim o tempo passou, eu me sentia distante da Legião, mas sempre vinha uma canção que trazia de volta, me lembro de cantar (!) “Metal Contra as Nuvens” no aniversário de uma ex-namorada, foi desarmincamente divertido...rs. Durante a faculdade quase não ouvi a Legião, as músicas apareciam de vez em quando eu curtia mas deixava de lado.

Quando eu fiz 29 anos a canção “Vinte e Nove” fez tanto sentido foi bem nesta época que minha vida teve uma grande reviravolta, agora sem adoração as canções da Legião me fazem sentir cada vez melhor.

Posto com frequência frases do Renato no face, me identifico com muitas ideias que ele teve, acho divertido ver esses meninos e meninas ouvindo legião como eu escuto Creedance ou Who, bandas que eu nunca vi no palco ou convivi. Adoro as “homenagens”

Ver o Wagner moura com a Legião é divertido, ver um fã se confranternizando com seus ídolos é divertido, no mínimo! Ainda sobre isso vi um amigo dizer o seguinte.”Se tivessem me chamado eu teria ido”, francamente? Eu, mesmo cantando muito pior que o Wagner também toparia.


Em muitas ocasiões as pessoas dizem que eu sou parecido com o Renato Russo, me divirto, mas não me acho.



Ando sempre com fone no ouvido eu vou seguindo o meu caminho pelas ruas de São Paulo, se você me encontrar certamente poderemos trocar algumas ideias sobre a “Via Lactea” ou sobre “Que pais é este”, agora se ambos estivermos atrasados eu posso sempre deixar uma mensagem de:


FORÇA SEMPRE


sábado, 31 de março de 2012

Cerimônia



Para ler ouvindo: 
Don't Cry - Guns N' Roses

Quando a pesada porta de madeira se fechou, finalmente ela se sentiu segura. Correu o olhar pelo descomunal salão onde todos a olhavam com interesse absolutamente natural, afinal ela é a noiva!
Então a noiva soltou um suspiro meio de tensão, meio de alivio, olhou para o lado e viu aquele que seria em alguns minutos o seu marido. Lindos e felizes olharam para o padre que começou:

- É com grande satisfação que os recebo nesta linda tarde, este belo jovem casal em celebração. A celebração de um grande amor, merece mesmo um dia como este, que o amor de vocês possa florescer como esta tarde primaveril, que vocês possam ser um para o outro como sol e lua que possam se amar cada dia mais e mais!

Depois deste comentário a noiva ouviu um alvoroço, um barulho tomou conta da igreja, mas ela não quis se virar, sentiu um arrepio em sua espinha e tentou se concentrar na cerimônia, mas acabou se lembrando de tudo que acontecera nos últimos dias, sua mente a levou a lugares muito distantes com pessoas que talvez ela não quisesse ver agora. Talvez não, com certeza não seria apropriado...

- Minha filha? - a voz suave do padre rasgava os seus pensamentos a trazendo de volta para a realidade...

- É de sua livre e espontânea vontade que aceita como seu legítimo esposo... - Neste momento ela se vira e olha ao redor, olhar este que causa espanto em quase todos na igreja, ela se vira de costas para o altar, olha demoradamente como que se desculpando com todos, por fim ela encontra o olhar dele, o único em todo o salão que não estava aturdido com o gesto da noiva, um homem alto elegante vestindo um fraque branco, que entregava a noiva um sorriso da mesma cor de sua roupa.

O homem que a pouco causara alvoroço com a sua chegada, agora estendia a mão para linda noiva, neste momento aturdido o noivo tentou dizer algo, mas ao ver sua noiva estendendo a mão para o homem simplesmente deixou o queixo cair.

Ela soltou a mão do homem misterioso caminhou até o centro da igreja, mais uma vez olhando para todos como se contemplasse um futuro que não vai mais existir.

O padre tocou o marido no ombro como que para consola-lo. Sem ação ele estava sem ação ele ficou.

A noiva pensou em uma série de coisas a dizer, mas não disse, ela só teve coragem de olhar no fundo dos olhos de seu noivo e dizer:

- Lamento.

O homem de branco se juntou a noiva no centro da igreja tomou a sua mão e a conduziu pela descomunal porta, quase que imediatamente após os dois saírem foi possível ouvir um cavalo partindo em disparada, para só então a igreja entra em um estado caótico, com senhoras desmaiando, crianças chorando, todos aturdidos, sem saberem
que fazer.

Ao noivo, sobraram as lágrimas, um par de alianças e a pergunta:

Por quê?

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Don't you cry, don't you ever cry
Don't you cry tonight
Baby, maybe someday
Don't you cry, don't you ever cry
Don't you cry tonight


Então estou de volta! Não sei por quanto tempo, não sei se vai durar, mas quero muito voltar a escrever como antigamente.

Aos amigos de antigamente, Ton, Renata e Roger, obrigado pela força.

Aos novos espero que gostem era isso que fazia antes de fotografar.






quinta-feira, 22 de março de 2012

Rainha da Dor

(Para ler ouvindo: Zé Ramalho "Mistérios de meia-noite").

A porta de emergência se abre, uma mão manchada de sangue aparece entre a fresta, em seguida um braço branco como leite e e depois todo o corpo da mulher. O que cobre o corpo dela é um trapo, são apenas restos de algo que aparenta um dia ter sido um vestido branco.

Ela olha ao seu redor, um beco sujo e escuro. Não sabe que horas são, ela não sabe o que fazer, não sabe como voltar para casa.

Em suas coxas grossas existem mais manchas vermelhas e também manchas de algo branco e viscoso.

Ela está com frio e sozinha, aparentemente se ela seguir em frente chegará à rua, a maldita rua por onde ela entrou no prédio, ela não sabe se isso pode ser uma boa idéia.

Primeiro passo: aparentemente o beco está vazio.

Segundo passo: realmente o beco não está vazio, a sua direita um fantasma está se drogando atrás de uma caixa de papelão, embora a mulher quase tenha desmaiado com susto ele nem tomou conhecimento da sua presença. Ela pensa em voltar, mais não sabe se o beco é mais perigoso que aquele lugar estranho de antes

Terceiro passo: mais uma evidência de que o beco não está vazio, ela ouve uns gemidos estranhos, a sua esquerda o lobisomem está transando com a grande abóbora e assim como o fantasma não tomam consciência da presença da mulher.

Ela se vê com seu vestido em frangalhos, mãos e pernas manchadas, não vai mais contar os passos, ela acredita ser melhor correr para rua e acreditar em Deus.

No caminho para a rua ela vê um dragão deitado no chão, é também um coelho gigante vomitando em uma lata de lixo.

Finalmente a rua e a luz do poste.

Quase sem fôlego ela olha para a porta por onde entrou por onde todo esse pesadelo começou.

Exatamente quando ela pensa como isso poderia terminar, na porta aparece um vampiro com uma cara preocupada olhando para os lados até que à encontra.

- Por onde você esteve? – perguntou o vampiro.
- Eu estava sozinha naquele lugar cheio de gente estranha…
- Gente estranha? Isso é uma festa do Dia das Bruxas além do mais você está fantasiada de mulher estuprada, quer coisa mais estranha do que isso?
- Eu me assustei e sai… – disse a mulher com vergonha.
- Olha não é nem nove horas ainda, vamos voltar lá para dentro, a música está muito legal – disse conduzindo a mulher – Relaxe, eu vou te apresentar um cara que eu conheci, ele está vestido com uma fantasia de chuveiro, realmente uma figura...

“No dia das bruxas os velhos fantasmas vêm até nós. Para alguns eles falam; para outros são mudos”.  Dia das Bruxas – Eleanor Fajeon.

Márcio Brigo
Fevereiro 2004
marciobrigo@yahoo.com.br
www.marciobrigo.blogger.com.br (endereço descontinuado)
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E assim eu escrevi em 2004...
Olha gente estou me esforçando muito para voltar a escrever, consegui, mas ainda não vou postar pois não quero soltar só um texto e ficar 6 meses sem mais nada, vou tentar colocar algo por aqui ao menos a cada 15 dias (duvido).
O que eu posso dizer é o seguinte, tenho planos de trazer todo mundo de volta:
A Ladra Gizele, o Cavalereiro Azul e estou pensando em uma tal serie Ad Extremum. 

Terminal

Aqui é o fim da linha, se você não sair agora vai ter que voltar e começar tudo de novo.