Lá vai ele pra casa, dia tranqüilo, seu trabalho foi realizado com sucesso. No metrô, sentou-se – play – a música vai fazer o tempo passar mais depressa. Tudo está transcorrendo bem até que na estação seguinte ela apareceu, sua sensação era de que o tempo não existe mais, ele a viu. Linda em seus movimentos, cheiros, mãos e cabelos, tudo isso, seria normal, no entanto ela o estava olhando – estranho – ele está acostumado a olhar, mas está sendo observado, não vulgaridade, mas com ternura. Discretamente ele percebe até um sorriso. Deus como é linda - pensa ele sentindo uma dor estranha no peito, pudera, o espanto foi tamanho que ele se esqueceu de respirar. Ele tem que faz algo, mas o quê?
Pra inicio de conversar pensar já seria bom. Ele saca do celular (coisa de pessoa urbana) pensa homem, ela pode ser a mãe de seus filhos. Já sei!
Ele escreve. “VC E LINDA” – mas que falta de criatividade, não dá tempo de compor uma obra literária completa. Ele estica o braço para garota, com tanto medo de uma negativa que quase fecha os olhos.
Ela sorri, ela está correspondendo. Eles começam uma conversa, trocam nomes e informações sobre si, mas ali tem muita gente o metrô não está lotado, mas há de se conversar baixo em um ambiente destes.
Ele meio ressabiado a convida para tomar um ar na próxima estação, caso ele faça algo errado e receba uma negativa, em um lugar mais amplo isso não seria tão notado. Ela aceita, parece estar gostando de suas idéias e de sua conversa.
Ouvimos o som do aviso que a porta vai se fechar, e quando ela se fechar eles serão felizes para sempre, ou talvez não, mas como todos que freqüentam esse lugar sabem, isso já é uma outra história.
Quando usar o metrô na pise na faixa amarela, ela é a garantia da sua segurança!
Foto: Márcio Brigo