Para ler ouvindo: o som do mar.
Já se vão quase seis anos de campanha, uma campanha sangrenta, felizmente sangrenta para o inimigo.
Um homem de guerra tem notícias a dar a seu comandante. Este homem não é um qualquer, ele é o capitão, um homem cunhado na batalha, um homem criado para servir a sua terra, praticamente uma máquina de matar, mas, hoje seu coração está apertado e seu espírito inquieto.
Por sua vez, o comandante também não é um qualquer. É conhecido apenas com uma alcunha: Cavaleiro Azul.
O capitão se sente seguro ao lado do Cavaleiro, pois, sabe que é um homem honrado. Lembra-se que pouco antes da campanha ter início ele apareceu, alardeou a chegada do inimigo e ajudou na preparação para defesa. Tornou-se o campeão da princesa, com qual se corresponde periodicamente - o capitão sabe disto pois, é ele pessoalmente que entrega a correspondência ao mensageiro.
Já se vão quase dois anos que a espada do Cavaleiro vem guiando os soldados em pleno campo inimigo, cada batalha uma vitória, nem sempre completa, mas sempre em vantagem para eles, os homens que vem seguindo o cavaleiro, ao menos até hoje.
Para dar as notícias o capitão foi encontrar o Cavaleiro em um lugar de meditação, de frente a um precipício que termina no mar, um homem de armadura azul contempla a imensidão azul do mar encontrando o céu.
Antes de dar as notícias, o capitão precisou parar. Precisava respirar, deixar a idéias se assentarem em sua cabeça.
- Percebo preocupação em você capitão - o capitão estava tão longe que quase não ouviu o a voz do Cavaleiro, este tipo de percepção sempre causa arrepios ao capitão.
- Milorde – disse o capitão se aproximando - a equipe de reconhecimento não trouxe boas noticias, a contagem preliminar do inimigo é...
- É maior que o dobro da nossa batalha mais sangrenta - completou o Cavaleiro interrompendo o capitão.
Um silêncio embaraçoso cortou a manhã quente de verão, o capitão perdeu o raciocínio. Parecia que o som do mar lambendo as pedras estava mais alto seus pensamentos voaram e ele acabou por se perguntar porque o cavaleiro não havia tirado sua armadura como todos os outros.
- Capitão conheço-lhe bem. Sei que não estaria com o espírito abalado desta forma se não fosse realmente sério - continuou o homem de armadura – Diga-me, sente saudades de casa?
- Mas é claro milorde, todos sentimos.
- Está na hora de voltar, não está?
- Mas, se voltarmos daqui com todo o efetivo seremos pegos no meio do caminho.
- Sim, mas, se derrotarmos o inimigo ele não conseguirá nos seguir, principalmente quando sairmos de suas terras.
- Derrotar como milorde, se temos quase cem para um?
- Amigo capitão - O Cavaleiro Azul se virou e o homem se surpreendeu mais ainda ao perceber que ele estava de armadura completa e com o elmo abaixado - Alguma vez eu o decepcionei?
Embaraçado o homem respondeu:
- Não milorde.
O Cavaleiro abriu o seu elmo e o homem pode perceber que ele sorria, um sorriso franco de um jovem, embora ninguém soubesse ao certo sua idade. O Cavaleiro tirou de seu elmo um sândalo.
- Amigo entregue isto ao mensageiro, peça a ele que entregue a princesa Suzanna. Ele deve partir ainda hoje.
- Sim milorde, mas alguma mensagem ou carta? - O cavaleiro olhou para o mar mais uma vez, e respirou fundo como se estive sem respirar a dias e respondeu:
- Não. O vento vai dizer lento o que virá.
Mais um silêncio. Parecia que o Cavaleiro Azul estava se despedindo daquele momento. Mais uma vez o som das ondas acariciando o mar se fazia presente.
- Capitão, conversaremos mais tarde para traçar nossa estratégia, mas, lhe adianto que ao final desta batalha você e suas tropas marcharão para casa.
- Nós? E senhor milorde?
- Vocês vão precisar de um sinal avisando a hora da partida. Aconteça o que acontecer, não parem, estarei com vocês no futuro.
O capitão pensou em argumentar, mas era inútil. Não queria esperar queria falar agora com ele sobre a estratégia, queria saber o que ele faria. Desistiu e já ia saindo quando o Cavaleiro o disse:
- É um prazer servir a seu lado capitão.
- Digo o mesmo milorde!
- E capitão, não se preocupe, pois, Deus está do lado de quem vai vencer!
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No próximo episódio:
Corajosos correm.
Sangue, sal e areia.
Um estranho galope faz a terra tremer!
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Este texto tem mais realidade do que parece!
Obrigado a Tatá Bueno pela força na revisão e a Samara por ajudar na escolha da imagem.
Olhos
Há 4 anos
7 comentários:
Batalhas!
Nada mais reconfortante que voltar pra casa após anos exaurido de tanta luta...
Há uma boa música para ouvir e ler este texto
good bye blue sky - Pink Floyd
Um cavaleiro q ganha suas batalhas com a força no coração e não nos punhos gera sempre esperança....
Esperança de confiarmos nele...
Seja bem vindo cavaleiro..Adorei a volta em alto estilo...rsrsrsrsrs..Fique com vontade de er o proximo capitulo da serie..rsssrrsr...Bjs
Meu amigo, espero que não demore o próximo capitulo.Muito bom.
Está se superando cada dia mais meu camarada.
Abraço.
Um texto enigmático, assim como a figura do espetacular Cavaleiro Azul. O que será que vem por ai? O que quer que seja, será bom... tenho certeza.
Abraços
Esta muito bom este texto Ma, como sempre todos os seus textos sao maravilhosos... q legal q vc tenha ajuda para revisar, pq vc precisa...rs, nao precisei de ler ouvindo som do mar..pq este som esta gravado em mim...melhor som do mundo.
Sucesso! Bjs
LG tem problemas com muitas letras pequeninas acumuladas em várias linhas num blog.
Quando tiver saco, lerá e fará um comentário decente.
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