Rainha da Dor
(Para
ler ouvindo: Zé Ramalho "Mistérios de meia-noite").
A porta de emergência se abre, uma mão
manchada de sangue aparece entre a fresta, em seguida um braço branco como
leite e e depois todo o corpo da mulher. O que cobre o corpo dela é um
trapo, são apenas restos de algo que aparenta um dia ter sido um vestido
branco.
Ela
olha ao seu redor, um beco sujo e escuro. Não sabe que horas são, ela não
sabe o que fazer, não sabe como voltar para casa.
Em
suas coxas grossas existem mais manchas vermelhas e também manchas de algo
branco e viscoso.
Ela
está com frio e sozinha, aparentemente se ela seguir em frente chegará à rua, a
maldita rua por onde ela entrou no prédio, ela não sabe se isso pode ser uma
boa idéia.
Primeiro
passo: aparentemente o beco está vazio.
Segundo
passo: realmente o beco não está vazio, a sua direita um fantasma está se
drogando atrás de uma caixa de papelão, embora a mulher quase tenha desmaiado
com susto ele nem tomou conhecimento da sua presença. Ela pensa em voltar, mais
não sabe se o beco é mais perigoso que aquele lugar estranho de antes
Terceiro
passo: mais uma evidência de que o beco não está vazio, ela ouve uns gemidos
estranhos, a sua esquerda o lobisomem está transando com a grande abóbora e
assim como o fantasma não tomam consciência da presença da mulher.
Ela
se vê com seu vestido em frangalhos, mãos e pernas manchadas, não vai mais
contar os passos, ela acredita ser melhor correr para rua e acreditar em Deus.
No
caminho para a rua ela vê um dragão deitado no chão, é também um coelho gigante vomitando em uma lata de lixo.
Finalmente
a rua e a luz do poste.
Quase
sem fôlego ela olha para a porta por onde entrou por onde todo esse pesadelo
começou.
Exatamente
quando ela pensa como isso poderia terminar, na porta aparece um vampiro com
uma cara preocupada olhando para os lados até que à encontra.
-
Por onde você esteve? – perguntou o vampiro.
- Eu
estava sozinha naquele lugar cheio de gente estranha…
-
Gente estranha? Isso é uma festa do Dia das Bruxas além do mais você está
fantasiada de mulher estuprada, quer coisa mais estranha do que isso?
- Eu
me assustei e sai… – disse a mulher com vergonha.
-
Olha não é nem nove horas ainda, vamos voltar lá para dentro, a música está
muito legal – disse conduzindo a mulher – Relaxe, eu vou te apresentar um cara
que eu conheci, ele está vestido com uma fantasia de chuveiro, realmente uma
figura...
“No
dia das bruxas os velhos fantasmas vêm até nós. Para alguns eles falam; para
outros são mudos”. Dia das Bruxas – Eleanor
Fajeon.
Márcio
Brigo
Fevereiro
2004
marciobrigo@yahoo.com.br
www.marciobrigo.blogger.com.br (endereço descontinuado)
_________________________________________________________________________
E assim eu escrevi em 2004...
Olha gente estou me esforçando muito para voltar a escrever, consegui, mas ainda não vou postar pois não quero soltar só um texto e ficar 6 meses sem mais nada, vou tentar colocar algo por aqui ao menos a cada 15 dias (duvido).
O que eu posso dizer é o seguinte, tenho planos de trazer todo mundo de volta:
A Ladra Gizele, o Cavalereiro Azul e estou pensando em uma tal serie Ad Extremum.